A palavra de hoje é especial, cuidadosamente selecionada pelo nosso colega, Marcelo Quinan, diretamente do SXSW: Transição. Esse foi um dos efeitos que ele sentiu ao mergulhar no festival. O mundo como o conhecemos está em trânsito; estamos vivenciando uma longa mudança e constante mudança de status quo (ainda somente na imaginação). Este é um momento de ruptura, repleto de desafios relacionados à gestão da mudança e à inovação.
Por que isso nos chamou atenção?
Não existe SXSW sem a palestra da futurista e CEO do Future Today Institute, Amy Webb. E neste ano, ela veio com tudo, afirmando que estamos no início de uma nova onda de mudança poderosa, impulsionada pela inteligência artificial. Isso porque, a IA vai trabalhar lado a lado da biotecnologia e de ecossistemas interconectados e gerar um novo jeito de mundo. A diferença está no fato de que não ser apenas uma tecnologia puxando o caminhão da mudança, são múltiplas, no melhor estilo tudo em todo o lugar ao mesmo tempo.
Como síntese desta visão, a Amy Webb apresenta o conceito de Geração T ou de Transição, porque hoje, o que temos de tecnologia é o pior do que ainda vamos ter (só respira!)
“Coletivamente, todos nós estamos passando por uma coisa importante agora, o que faz de nós a geração T. Nós somos a geração da transição. Todas as pessoas que estão vivas hoje, cada um de vocês, faz parte de uma grande transição, o que significa que a nossa sociedade será muito diferente quando essa transição estiver completa”.
— Amy Webb
Amy traz até um acrônimo novo que dá um certo friozinho na barriga. Para ela, estamos na era FUD(fear, uncertainty and doubt), ou seja, uma era que tem como direcionadores, o medo, a incerteza e (muitas) dúvidas.
Mas a transição é uma realidade para todos os segmentos, ninguém vai escapar! No festival, também se falou muito sobre as transições nas relações, destacando temas como intimidade, empatia e solidão, que inclusive nós já trouxemos por aqui.
E o design nisso tudo?
Segue o fluxo de mudanças. Em um outro painel do SXSW, da revista Fast Company, surgiu o conceito de "empurrões de design" que são estratégias ou incentivos utilizados para encorajar as pessoas a adotarem novas ideias ou comportamentos, muitas vezes por meio de pequenas alterações no ambiente, nos sistemas ou nas interações.
Uma das painelistas, Dawn Lim, contou sobre um projeto de Singapura que queria incentivar a atividade física entre idosos. E que o programa só decolou quando começaram a oferecer vouchers de descontos no supermercado proporcionais a número de passos dados pelos participantes. Um "empurrão de design" eficaz para promover um comportamento desejado. O tema da palestra era como "mobilizar ecossistemas".
Talvez essa abordagem de "empurrões" possa ser uma alternativa valiosa para navegarmos neste período de transição. É essencial que enfrentemos as mudanças com coragem, explorando maneiras diferentes de realizar tarefas às quais estamos habituados. Com o avanço da inteligência artificial (IA), é comum vermos empresas se autodenominando "powered by IA", mas uma das transições mais importantes pode ser a mudança do sujeito nesta assinatura.
Para o futurista Ian Beacraft, CEO da Signal and Ciphe, é imperativo desenvolvermos um mindset exponencial (assim como as tecnologias operam), e isso começa com o reconhecimento de que uma parte significativa de nossas responsabilidades pode ser automatizada, não como uma ameaça, mas como uma oportunidade. Ele enfatiza que:
"The future of work is powered by people and enabled by AI."
E você? como tem empurrado esta transição no seu negócio? Como tornar mais essa transição um processo guiado e (por que não) prazeroso?
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