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Confiança
Junho 2024

Em quem confiar numa era de incertezas? 

O declínio da confiança nas instituições parece ter virado senso comum em reports e nas manchetes do dia a dia. A recente tragédia no Rio Grande do Sul trouxe à tona: ainda é possível confiar nas instituições públicas? E nas privadas? Em quem confiar para mandar um pix? Será que ainda podemos confiar no mundo? E no clima? A confiança engloba uma variedade de contextos e impacta no avanço das relações e no mundo que queremos.

"Confiança é um conceito indispensável quando pensamos o ser humano interagindo com outros sujeitos, pois nos auxilia a pensar a ordem política e a cooperação social, mas está longe de ter uma definição única."

Patricia Ketzer


Valorizando nosso lindo report que tem falado sobre o tema desde 2019 e também em seu último lançamento no ano passado. Em que lado da tensão estamos?

Por que isso nos chamou atenção?

A cada nova tecnologia que surge, logo nos questionamos sobre sua confiabilidade e impacto futuro. Yuval Harari criticou o Bitcoin chamando-o de "tecnologia de desconfiança", destacando que, ao invés de promover a confiança entre as pessoas, a tecnologia blockchain assume que ninguém é confiável, o que pode ser visto como um reflexo de uma visão pessimista da natureza humana e das relações sociais.


Uma pesquisa da Ipsos revela que a desconfiança não é necessariamente geracional. Os critérios para julgar a confiança em setores e marcas são consistentes: confiabilidade, transparência, responsabilidade e preço justo. O que varia é a importância atribuída a diferentes fatores de confiança entre as gerações. Por exemplo, enquanto os Baby Boomers priorizam mais a confiabilidade e a transparência, os Millennials e a Geração Z tendem a valorizar mais questões como compartilhamento de valores e liderança.

Mídia, governo e economia enfrentam uma crise de confiança global. O jornalista Jedediah Purdy destaca a falta de confiança entre as pessoas: em 1972, mais de 45% dos americanos consideravam a maioria das pessoas confiável. Desde 2006, esse número é pouco mais de 30%. Jovens são especialmente desconfiados: em 2019, 73% dos menores de 30 anos acreditavam que "a maioria das pessoas só cuida de si mesma" e que "a maioria tiraria vantagem se pudesse". A confiança, portanto, pode ser vista como uma habilidade a ser desenvolvida.

"A desconfiança generalizada promove uma política superaquecida, na qual tudo está em jogo, mas pouco é realizado, porque grande parte do esforço é defensivo."

Jedediah Purdy

E o design nisso tudo?

No design, temos como um dos princípios o "Show, Don't Tell" ou "mostrar, não apenas contar". E isso corrobora com outra frase recorrente em reports de tendência: Liderar pelo exemplo! Isso tornou-se uma premissa crucial, especialmente à medida que as marcas buscam uma maior humanização. E é até engraçado pensar que este tipo de frase era comumente atrelada a relações familiares, seguir o exemplo do pai, da mãe, dos tios, etc.


Durante as enchentes no Rio Grande do Sul foi possível observar a agilidade com que influenciadores mobilizaram recursos, reunindo milhões de reais em tempo recorde através de lives. É ligar uma câmera, muitas vezes sem nem roteiro ou intenção, e ter impactos financeiros significativos. Os influenciadores conseguiram levantar cinco vezes mais que o programa ”Criança Esperança”, por exemplo, que alcançou, em sua maior arrecadação, R$ 22 milhões, em 2019. Embora, alguns possam considerar essas ações como o mínimo esperado, elas também refletem a confiança subliminar que esses influenciadores cultivam com seu público.

O que determina a confiabilidade não é o erro, mas sim o quanto a marca está aberta a conversas difíceis, visando melhorar continuamente o relacionamento com os consumidores.

Report RealBrands 2024

Para as empresas, o desafio é alcançar um nível similar de intimidade e confiança com seus consumidores. Só que a responsabilidade das marcas vai além, é preciso agir agora, com uma preocupação profunda com o futuro e assumir, para ontem, um papel proativo na promoção de mudanças positivas. Uma pesquisa da parceria entre Google e Ipsos com 18 mil usuários revelou que "consumidores confiantes" são mais propensos a fazer compras decisivas que melhoram as métricas e os resultados financeiros. O que impulsiona essa confiança? Maior conhecimento da categoria, informações relevantes e um bom relacionamento com a marca a partir de experiências anteriores. Com a ajuda da IA, as marcas podem fornecer tudo isso. Em resumo, boa informação é sinônimo de confiança pura.

Até a próxima tendência! 😉

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