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IMERSIVO
Maio 2023

A fuga do caos é o maravilhamento. Das jornadas de compras ao mundo do entretenimento, as experiências estão sendo incrementadas através do toque, do som, do cheiro e indo além do convencional. 

Nos últimos meses, você deve ter se deparado com vídeos de exposições onde as fronteiras entre obra e visitantes ficaram fundidas. Exemplos como a hipnotizante exibição Van Gogh & Impressionistas, ou a instalação da artista japonesa Yayoi Kusama — na sua versão digital ou em tamanho real — pintando as vitrines ou interagindo com a fachada da Louis Vuitton, nos encantam. O negócio é ser imersivo, sinestésico ou hiperfísico.

AI ART AT MOMA - REFIK ANADOL ( UNSUPERVISED )


Por que isso nos chamou atenção?

O híbrido é a nova norma, e muito possivelmente a fusão de on e off vai estar em nossas rotinas de forma mais invisível e refinada. O mais novo livro de The Future Normal lista algumas tendências que já estão entre nós, e que devem se consolidar nos próximos anos. Uma delas é o entretenimento imersivo, que, segundo os autores, coloca os consumidores dentro da narrativa. Já falamos sobre o envolvimento de usuários na construção de marcas muitas vezes aqui, mas esse envolvimento parece ser chave para destravar o verdadeiro engajamento das pessoas com as empresas.

"Serão criados mundos inteiros em que o público habitará temporariamente para experimentar uma enorme gama de emoções que grandes performances sempre ofereceram, de uma maneira muito profunda e profissional." 


Henry Coutinho-Mason and Rohit Bhargava

(tradução livre)

O varejo sempre foi uma referência em criar atmosferas envolventes, e em uma resposta ao mundo asséptico e caótico da pandemia, é comum vermos como tendências a oferta de experiências imersivas e multisensoriais: lojas que convidam os visitantes para se divertir, experimentar e co criar com as marcas ou até mesmo propondo espaços para descansar ou comprar em silêncio. Uma rede de supermercados na Austrália está propondo uma ação de compras chamada de “hora tranquila”.

Durante um dia na semana, por uma hora, eles minimizam o ruído, diminuem as luzes e outras fontes de sobrecarga sensorial para que as pessoas comprem em paz. A iniciativa começou focada em pessoas neurodivergentes, mas se popularizou com todos os usuários.

Um report sobre tendências gastronômicas chamou essa sensação de amor pelos espaços físicos ou de sentir que lugar nunca foi tão bom de Maravilhamento Hiperespacial, ou seja, reconhecer como os espaços ao nosso redor afetam nosso pensar, sentir e imaginar. Entender esse maravilhamento como um construtor de memórias nos possibilita acrescentar uma camada de branding em qualquer experiência.

E o design nisso tudo?

Nenhuma experiência ultra imersiva supera a ira de um atrito básico: para criar valor a longo prazo e permanecer relevante é preciso ter muito claro quais são as necessidades básicas dos consumidores e como estamos trabalhando para atendê-las da melhor forma. Não podemos nos colocar apenas como tradutores de tendências, mas conectá-las ao negócio e aos desejos atuais. Com isso em mãos, o design permite que os usuários experimentem produtos e serviços de forma mais completa, encantando-se com momentos imersivos e criando memórias a partir deles.

Além disso, num mundo figital, os espaços físicos servem ou a um objetivo de conveniência (rapidez, fluidez) ou de encantamento. Como poderíamos garantir que nossos espaços estão alcançando ambos objetivos em paralelo?

Na última Semana de Design de Milão uma das tendências foi a valorização de espaços hiper-imersivos. O Google trouxe uma exposição chamada “Shaped by Water” com sensações visuais e táteis a partir de tecnologia, que combinavam luz e som, criadas em colaboração com o artista Lachlan Turczan. Mesmo que outro destaque da semana tenha sido fugir do instagramável, a aposta foi explorar técnicas de produção inovadoras para gerar engajamento e estimular a experimentação.

Google & Lachlan Turczan translate sound into hypnotizing water choreography in milan

Para atrair as pessoas, cada vez mais precisaremos participar das suas memórias. Para isso, há um desafio de ser mais profundo, de nos misturarmos nas jornadas.

Até a próxima! 🙂

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