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Tendência
Maio 2024

Você já fez a #trend do dia? 

O termo tendência se popularizou nos anos 60 associado aos lançamentos do mundo da moda. Atualmente, falar sobre tendências parece ter se tornado uma tendência por si só (desculpe pelo trocadilho), muito pela influência das redes sociais, da tecnologia e mudanças comportamentais. No entanto, sua definição original parece estar se perdendo cada vez mais no meio desse contexto.

Se formos beber da fonte acadêmica, o sociólogo Vejlgaard, no seu livro Anatomia de uma Tendência, faz uma distinção entre uma onda, que seria algo mais passageiro em sua ascensão e queda, e uma tendência, que se assemelha mais a um movimento robusto, com um impacto significativo na cultura, na sociedade e nos negócios.

Outra curiosidade é que "trend" e "tendência", no inglês, são duas palavras distintas, mas no português não há essa diferenciação. Enquanto "trend" geralmente se refere a novidades e modas passageiras, "tendência" manteria associações com a estatísticas e psicologia, indicando uma inclinação mais duradoura. Tudo isso, corrobora com seu uso e entendimento de forma múltipla.

Por que isso nos chamou atenção?

Matt Klein, responsável global pelo Foresight na plataforma Reddit, foi quem deu o start inicial na provocação sobre a banalização do termo tendência. Para ele, na ansiedade das marcas em participarem de todas as conversas das redes, ao invés de "ganharem a cultura", elas apenas contribuem para a estafa do conceito e para a desvalorização da prática de previsão de tendências.

"Tendências perderam todo o significado. (...) No processo de perseguir o "cool", as marcas perderam o objetivo de analisar a cultura. A maioria dos sinais considerados 'tendências' hoje não passa de entretenimento frívolo."

Matt Klein

E não são somente as marcas que são responsáveis por isso, mas o sobe e desce frenético das tendências também se dá pela soma da popularidade de personalidades (ou influenciadores) com a potência das redes sociais. O hype em torno de marcas como Stanley e do tênis Adidas Samba são bons exemplos desse fenômeno. São produtos que ascendem e se tornam cringe na mesma velocidade.

Poderíamos dizer que a moda opera neste ciclo há anos, mas as redes sociais tem redefinido a estrutura de como as tendências se formam e se propagam. A rápida viralização e o uso massificado, são movimentos contrários até mesmo ao princípio de expressão individual.

E essa "nova necessidade" de ter tudo que está em alta, também alimenta a cultura dupe, que é a compra de produtos alternativos (leia-se cópias) para artigos de luxo, muito mais baratos e quase idênticos. A diferença do mercado de falsificações que já existia, é que agora isso é motivo de orgulho. A hasghtag #dupe tem mais de um bilhão de visualizações no TikTok. Tudo em prol de um post desejo do look do dia nas redes sociais.

Muitos tem debatido a fronteira entre inspiração e a cópia. Além de serem produtos feitos com baixa ou nenhuma rastreabilidade, com qualidade precária, e de curta vida útil. Qual o custo atual de bombar uma tendência?

E o design nisso tudo?

Primeiro, é importante parar para refletir sobre o conceito de tendência, para a partir disso conseguir captar o que serve ou não no dia a dia das nossas marcas. Diante do caos presente, seguir as tendências é uma forma de estar na zona de conforto e (tentar) controlar o futuro, além de satisfazer a nossa necessidade de pertencimento, de fazer parte da tribo. No entanto, é importante questionar: quem somos nós antes mesmo das tendências?

É evidente a exaustão causada pelo excesso de informações e conteúdos. Embora seja tentador aproveitar o hype, torna-se cada vez mais perceptível quando a adesão acontece apenas porque todos estão seguindo.

Por último, tendências são moldadas por muitas fontes, e como o próprio nome sugere, não são estáticas, estão em movimento. As tendências "não são, mas estão". Enquanto empresas, podemos contribuir para sua evolução, ao assumirmos o que queremos, em vez de simplesmente seguir o fluxo, ter um papel ativo no desenho do futuro.

Até a próxima tendência! 😉

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