Quantas vezes ao dia você para pra pensar "O que é que eu estava fazendo mesmo?" O desafio da Bite de hoje é chegar até o final sem distração nenhuma.
Recebemos tantos estímulos no nosso dia a dia que é unânime a sensação da dificuldade de permanecermos concentrados, e quase como uma profecia há 50 anos, alguém deu um nome para isso: Economia da Atenção, que nada mais é do que refletir sobre a atenção para a nossa própria atenção.
Por que isso nos chamou atenção?
Como mencionado, o ganhador do prêmio Nobel, Herbert A. Simon, talvez não imaginasse o quão visionário tenha sido ao prever que nossa atenção viraria uma moeda, uma vez que desenvolveu o termo em uma época em que a tecnologia ainda era principiante, quando comparado ao que temos nos dias de hoje.
Atualmente, essa influência é tão forte que se estende por diversas áreas, desde a saúde, produtividade e até as questões de afeto. Já nos questionamos sobre o quão presentes conseguimos estar quando estamos com outras pessoas. Essa influência atingiu até mesmo os diagnósticos de saúde, com o TDAH que agora faz parte do vocabulário popular.
“Em um mundo rico em informações, a abundância de informação significa a escassez de outra coisa: a escassez do que quer que seja que a informação consome. E o que a informação consome é bastante óbvio: ela consome a atenção dos seus destinatários”.
Hoje paira uma sensação constante de "procrastinação coletiva", impulsionada por uma nova percepção da passagem do tempo. Estamos mais atentos, valorizando cada momento e desejando vivê-lo de maneira diferente.
O WGSN definiu esse fenômeno de "Grande Dissociação", uma desconexão generalizada de sentimentos e pensamentos, atuando de forma conflituosa. Isso faz com que aqueles breves dez minutos de distração no celular se transformem no questionamento: "Como cheguei até aqui?".
E o design nisso tudo?
De um lado, encontramos inúmeros artigos com títulos como "Dez Estratégias para Alcançar o Consumidor na Era da Economia da Atenção". Por outro lado, há uma crescente inclinação em adotar uma postura mais consciente e proativa em relação à publicidade e ao uso das mídias sociais Nessa busca pelo entendimento do papel do design nesse contexto, uma frase se destacou: "sobressai-se quem conhece o consumidor e oferece as melhores soluções". Esta afirmação foi extraída de um relatório da Rede Globo sobre o assunto.
Contudo, talvez a chave para essa equação esteja em contribuir para o bem-estar das pessoas. Por exemplo, a decisão do Instagram de investir no botão "modo silencioso" para ajudar as pessoas a se concentrar quando precisam, ou da rede social australiana WeAre8 que remunera os usuários que assistem a dois minutos de
anúncios, mas compromete-se a compartilhar apenas conteúdo positivo e encoraja os usuários a manter o dinheiro ou doá-lo para causas sociais.
A questão que se impõe é: quem merece mais a sua atenção nesse momento?
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