Não sei você, mas por aqui é bem comum a sensação de: "será que vou ter que (re)aprender isso também?" Provavelmente sim.
A necessidade de reaprender ou adquirir novas habilidades é uma realidade cada vez mais presente, com 50% dos funcionários precisando reciclar suas habilidades até 2025, segundo o Fórum Econômico Mundial, em seu relatório "The Future of Jobs 2023". Nós optamos por usar a palavra "reaprender", mas também podemos falar de upskilling, reskilling, e por aí vai.
"As organizações precisam agir de forma diferente. Criar valor para os acionistas só pode ser feito em conjunto com o cuidado com os funcionários, clientes e comunidades. Isso inclui a responsabilidade de ajudar as pessoas a aprenderem novas habilidades, se adaptarem a empregos futuros e se tornarem criadoras de talento."
Quando a inteligência artificial generativa se aproximou das salas de aula, muito impulsionada pelo fácil acesso ao chat GPT, o semestre já havia começado e esse assunto parecia um dilema para o futuro. Ethan Mollick, professor associado da Escola Wharton da Universidade da Pensilvânia, tem certeza de que isso é uma questão para o agora, e afirma que "a forma como cobrávamos conhecimento dos alunos não funciona mais". Sim, os alunos vão usar a inteligência artificial para fazer seus trabalhos, e não temos como
rastrear com precisão o que foi ou não produzido pela IA.
Para contribuir com a evolução do tema, Ethan tem documentado seus experimentos no seu blog One Useful Thing,
onde já escreveu sobre como a automação pode contribuir para a criatividade ou o que acontece quando a inteligência artificial lê um livro.
Além disso, lançou um curso pocket e gratuito através da Wharton Interactive, mostrando como usar a IA para tornar o ensino mais eficaz e como a aprendizagem pode ser aprimorada a partir do bom uso da ferramenta.
E o design nisso tudo?
Um dos recados do Fórum econômico mundial é "get involved" (ou o famoso te joga!). Para contribuir com o desenvolvendo das pessoas, construíram uma plataforma chamada de Reskilling Revolution que traz novas abordagens relacionadas à educação e implementação de habilidades para ajudar a formar um bilhão de pessoas para a economia do amanhã.
Voltando ao professor Ethan, o próprio modo experimental com o qual ele está trabalhando já se conecta com o design. Além disso, ele tem tentado ajudar no reframe do problema: não adianta ficarmos focados em evitar que os alunos colem ou façam suas atividades usando uma IA, precisamos reaprender a ensinar.
Uma certeza dele é que temos que reverter a lógica de que a sala de aula é feita para aprender e que a prática deve acontecer fora dela, talvez o caminho agora, seja contrário. Outro ponto para ele é que a IA "é ótima em pegar a teoria e transformar em prática". Então, se a nossa questão atual é como redesenhar experiências de ensino que engajem, também podemos usar a IA exatamente para nos inspirar a testar novas formas de fazer.
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